a arte controversa de joseph beuys
Nessa data nasceu uma figura extremamente polêmica e contraditória: o artista alemão JOSEPH BEUYS.
Performático, inquieto e provocador, transformou a própria vida em uma lenda, que se mesclou à sua arte, explicando-a (ou não).
A ARTE CONTROVERSA DE JOSEPH BEUYS
Beuys, um dos artistas modernos mais controvertidos nos anos 70 e início de 80, conhecido como perfomático, místico, guia, xamã, criou uma obra semeada de obstáculos, realizada sob vaias, assobios do público e incompreensão da crítica, mas ele suporta com a impavidez daqueles que detêm a força.
A trajetória do artista, narrada no livro Joseph Beuys, de Alain Borer (Ed. Cosac & Naify), pode ser entendida a partir da obra Sled de 1969. Sled (trenó), feito de madeira com deslizadores de metal, nos quais havia sido amarrado um cobertor de feltro dobrado, uma lanterna e um pedaço de gordura de vela modelado em forma de lâmpada. É um kit de sobrevivência.
Toda a obra de Beuys é regida pelo sentido político, social, ecológico e metafísico. Nos anos 70, o artista tornou-se professor de Escultura Monumental da Academia de Artes de Düsseldorf (Alemanha), para onde levou todos os alunos afastados pela instituição. Em favor de uma universidade livre, ocupou juntamente com 54 estudantes, a secretaria da escola, o que resultou em sua expulsão. Essa ação transformou Beuys em um mártir da causa artística. (via)
Joseph foi um dos principais performistas da segunda metade do século XX. Fez parte do Fluxus, um grupo do movimento performista que tinha como lema “toda a existência passa pelo fluxo da criação e da destruição” (Heráclito). (via)
Em 2013, um livro derrubou o mito Joseph Beuys.
Como revela o polêmico “Beuys — Die biographie”, de Hans Peter Riegel … o intelectual de esquerda, pacifista e cofundador do Partido Verde alemão gostava de “embelezar” dados da sua vida.
Segundo Riegel, a infância humilde e o trauma da guerra, na qual começou a lutar aos 19 anos, influenciaram o artista na manipulação da sua biografia. Para ele, sua vida era um complemento de sua arte, e por isso mudava o que não achava interessante.
Riegel, que estudou arte com Jörg Immendorff, aluno de Beuys, questiona ainda a lenda com a qual o artista explicava a inspiração para usar sebo e feltro em suas obras.
Beuys contava que sobrevivera, gravemente ferido, a uma queda de avião na Crimeia, na época (1944) parte da União Soviética, e fora curado com a ajuda de moradores locais, que o trataram envolvendo-o em gordura animal e feltro. Riegel diz que Beuys foi realmente ferido, mas a queda do avião teria sido apenas um pouso de emergência. E o chapéu, que segundo Beuys esconderia uma placa de metal implantada em consequência de uma fratura, servia mesmo para disfarçar a careca. (leia mais sobre esse assunto em o globo)
“Eu amo a América e a América me ama” (EUA, 1974) performance em que o artista ficou envolvido em um feltro em uma sala com um coiote durante cinco dias
“Como se explicam quadros a uma lebre morta?” feita em 1965. Ele andava com a lebre dentro de uma galeria explicando-a os quadros lá existentes. Além disso, o seu rosto estava coberto de mel e ouro, sendo que o que separava o público eram vidraças.
Obras onde o feltro e a gordura estão presentes “Cadeira com gordura” (1963)
e “Infiltração homogênia para piano de calda” (1966)
outras obras relevantes
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